O programa de venda de ativos da mineradora Vale "continuará forte" em 2014, com repercussão positiva para o caixa da empresa, afirmou nesta quinta-feira o presidente da companhia, Murilo Ferreira, durante uma teleconferência para detalhar os resultados do último trimestre. Segundo Ferreira, ao longo deste ano, a maior produtora de minério do mundo manterá esforços para reduzir sua dívida e custos. "Tivemos resultados muito sólidos em 2013 e estamos tendo sucesso na estratégia de focar a empresa em seus negócios principais", disse.
Ferreira explicou que a mineradora estuda vender mais ativos. Sobre o desinvestimento na MRN, o executivo disse que a Vale pretende esperar o fechamento do plano de negócios da empresa antes de fazer qualquer movimento.
Analistas interpretaram o controle de custos como um fator positivo, após receberam bem o resultado do quarto trimestre, embora a Vale tenha registrado um prejuízo líquido mais de duas vezes maior que o verificado no mesmo período do ano anterior, pressionada por despesas financeiras, sobretudo pelo pagamento de dívidas tributárias com o governo brasileiro. "A Vale vem fazendo um bom trabalho em termos de controle dos custos", disse o analista do BTG Pactual Edmo Chagas, em relatório.
O executivo destacou a disciplina em relação ao orçamento e prazo de implementação de projetos. Segundo ele, a companhia está preparada para entregar volumes nos próximos anos, com um fluxo de caixa bastante saudável. A Vale também deverá manter sua política de pagamento de dividendos.
Ferreira também disse que a companhia não tem planos de captação no radar. "A Vale não estuda nesse momento um aumento da dívida interna ou externa", disse. Segundo ele, a empresa está satisfeita com o sucesso da emissão de debêntures de infraestrutura concluída este mês, que está atraindo pessoas físicas.
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Licenciamento - A obtenção de um licenciamento para desenvolver minas na região dos Carajás, no Pará, poderá ajudar a mineradora a manter um ritmo positivo em 2014. Recentemente, a companhia conseguiu um importante aval do Ibama para explorar a área, apesar da presença de cavernas, um tema que preocupa os órgãos ambientais. A facilidade com a obtenção de licenças não fará a Vale revisar para cima suas metas de produção, por outro lado, de acordo com o diretor de Ferrosos e Estratégia, José Carlos Martins, possibilitará a empresa superar com folga as estimativas.
(com agência Reuters e Estadão Conteúdo)